quarta-feira, 27 de setembro de 2017

VASCO 2017: LIVRO "100 ANOS DA TORCIDA VASCAÍNA", 1916 CHUVA DE LARANJAS NA 3ª DIVISÃO

                                                 “Há de fato uma coisa séria para o carioca: o football”
                                                                               Cronista João do Rio


1916             Chuva de Laranjas na 3ª Divisão

         Após obter filiação junto a Liga Metropolitana de Desportes Terrestres (LMDT), o clube consegue se inscrever no campeonato[1] sabendo das dificuldades que iria enfrentar até chegar a almejada divisão onde se encontravam os principais times de futebol carioca. Naquele período o esporte já era o favorito da população em todas as camadas sociais e a proliferação de clubes e times de futebol era uma realidade incontestável.
            No início de janeiro era eleito presidente Marcílio Telles, um ex-remador mas que compreendia a nova época e estava disposto a incluir o futebol como um esporte de destaque no clube. Diga-se de passagem, quando Marcílio foi presidente do clube em 1911 ele já havia esboçado a criação de um departamento de futebol mas fora vetado pelos principais associados e dirigentes ligados ao remo. Agora o momento era mais propício para levar seu projeto adiante.
Os atletas do remo sabiam que a cada ano a febre do “esporte bretão” contagiava uma massa de novos praticantes e assistentes. No entanto, a vida dos torcedores vascaínos foi dura no primeiro campeonato e a realidade era que ainda não contávamos com um elenco à altura da tradição do remo. Uma campanha lastimável termina com a última colocação.
A estréia em jogos oficiais seria no dia 3 de maio no campo do Botafogo na rua General Severiano. Uma derrota por 10 a 1. Para comemorar somente a proeza do gol de Adão António Brandão, um atleta campeão do remo, além de praticar atletismo, ciclismo e outras modalidades esportivas. O jogador seria uma das figuras lendárias na história do clube, dedicando toda a sua vida como atleta e, depois, como conselheiro.
Reza a lenda que os sócios do clube jogaram laranjas nos jogadores quando retornaram para a sede de Santa Luzia, afinal aquele placar não era comum nos jogos de futebol e a humilhação atingia o nome do clube, campeão do remo.
A certeza de todos os associados aficcionados pelo clube e pelo futebol era de que seria preciso reformular o departamento de futebol e procurar atletas dos outros times do subúrbio para reforçar o elenco.
A primeira vitória (e única!) aconteceu em outubro diante do River F.C. no campo do São Cristovão. O campeão foi o Icarahy. Os outros clubes que disputaram a Terceira Divisão foram: Parc Royall (Progresso) e Brasil.
Entre as novidades no futebol brasileiro estava a fundação da Confederação Brasileira de Desportes (CDB) entidade que comandaria o destino do futebol nos anos seguintes.
Fonte: Livro “100 anos da Torcida Vascaína”, escrito pelo historiador Jorge Medeiros.


[1] De acordo com o jornal Tico-tico de 9 de fevereiro de 1916, “o campo oficial do Vasco será o do Botafogo F. Club, a rua General Severiano, usando os jogadores o seguinte uniforme: calção branco. Camisa preta com punho e gola brancos”

Vasco Revista Tico Tico 1916

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